domingo, 29 de março de 2009

Flores

Depois de ter estado três dias em casa, com febre e dor de garganta, fui trabalhar. Saindo do trabalho, me sentia muito feliz. Feliz por estar bem e de volta a ativa. Feliz também por ter economizado três tickets alimentação que agora poderiam transformar-se em sushi para o jantar.

Fui a Tobalaba buscar um restaurante japonês onde pudesse comprar exagero de sushis para jantar com os rommies, em agradecimento ao que me proporcionaram nos dias que estava mal.

No meio do caminho, estava uma daquelas bancas de flores, que não encontramos no Brasil, mas que bem podemos conhecer pelas comédias românticas americanas. E, depois de tanto gastar com médico e remédio resolvi dedicar alguns pesos a umas flores lindas. Comprei flores iguais às que enfeitaram minha formatura.

Saí dali reluzente com meu ramalhete. Caminhava pela rua me sentindo uma garota propaganda de comercial de shampoo ou absorvente. Estilo “viva a vida leve”.
Entrei no metro, flores numa mão, sushis na outra. As pessoas abriam espaço pras flores passarem.

E agora meu ramalhete segue aqui. Lindas. Parte no meu quarto, parte na sala. Lindas.

Aprendi assim uma nova sensação. Tão diferente. Uma coisa tão simples e tão gostosa. A deliciosa sensação de gastar dinheiro com flores, que murcharão, é verdade, mas que, pelo menos por alguns dias, refletiram contentamento.

Esquina do Samba

Foi na Conal 2007, na festa do pagode que pela primeira vez me enganei fingindo que sambava demais! Hauhauhau. Grazzi e Sarinha, que saudade daquela festa, do camarote inventado e da ilusão de que éramos rainha de bateria hauhauha.

Pois é que, agora no Chile, estou um pouco mais perto disso. Há algumas semanas fomos a um bar brasileiro: Esquina do Samba! Delícia. Quatro brasileiros (Eu, Humberto, Aninha e Danilo) e alguns vários estrangeiros curiosos por aprender o samba e entender essa cultura louca desse povo que se diverte com tão pouco e faz piada da própria desgraça.
Dancei a noite inteira. Revivi as mais antigas do Só pra Contrariar. Sambei “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Matei a saudade dos tempos de forró. Morri de vergonha com os paisanos dançando funk. E mais importante: por uns 5 minutos pensei ser a Globeleza!

No dia seguinte, os estrangeiros tinham entendido o que é um 'chock cultural'! =)
Que divertido!
Lo passamos muy bien!!! Muy muy!!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

=) =) ...................

AIESEC RIBEIRAO PRETO - @RP

AIESEC ITAJUBÁ - @IJ



Fotos

No blog vão os fatos.
Neste link vão as fotos: =)

http://picasaweb.google.com/liviaandrade.cruz

De uma ex-enfermita

Quando se está fora do próprio país, ou em intercâmbio, ou disposto a viver uma experiência forte e inesquecível, quase tudo é motivo para reflexão e aprendizado e de quase todo o ruim é possível tirar algo de muito bom.
Os últimos dias passei enfermita. Me dispensaram do trabalho três dias e fiquei em casa descansando, tendo febre, dormindo, lembrando e pensando.
E essa foi mais uma das fortes experiencias que se vive em um intercambio. Lembrei de muitas coisas com saudade, mas com igual tranquilidade.
Lembrava da comidinha da mamãe, do hospital Santa Rita, da Nimesulida do papai, da doçura que se transformavam os irmãos.
De RP me lembrava dos amigos de verdade, das companhias, do meu apartamento gigante, da farmácia São Carlos, do poder faltar das aulas sem pesar a consciência.
Ao mesmo tempo, quando parecia haver concluído que estava cedo demais para parecer importante à vida de alguém daqui, começaram manifestar-se os primeiros indicativos a amizades ou pessoas que se preocupam e com quem parece que posso contar aqui nesse país semi desconhecido:
Marina me ligou todos os dias, me trouxe jantar e terminou seus créditos de celular tentando me convencer a não ir trabalhar. Lady me ofereceu xarope, me preparou frutas com suco de laranja. Humberto ligava pra saber como estava, fazia companhia, oferecia se a tudo. Alejandra ligou, Joaco ligou e Edita também ligou para saber como eu estava.
E assim fui passando esses três dias, deitada em minha almofadinha de Diva, com meu cobertor de elefante, tomando litros de água e um antibiótico de 15000 pesos que o doutor de 20000 pesos me receitou.

terça-feira, 10 de março de 2009

“Uma cidade fantasma e uma mina de cobre”. ou “A pequenez e a burrice.”

Este fim de semana fui com Marina e Edita a Sewel, la ciudad de las escaleiras, a 2 horas de Santiago. Trata-se de uma cidade, hoje abandonada, construída no meio da Cordilheira dos Andes, pelos trabalhos na Mina El Teniente, a maior mina subterrânea de cobre do mundo.

Para aqueles tão ignorantes quanto eu antes de chegar ao Chile, este país tem como base de sua economia o cobre, mineral farto por toda Cordilheira dos Andes.
Sewel era então uma cidade localizada no meio da Cordilheira e, por isso com muitas escadas, onde viviam os mineiros, alguns outros trabalhadores e americanos que administravam a mina.

O tour que fizemos é restrito a pouco menos de 60 pessoas por fim de semana. Ou seja, no dia em que fomos, havia pouco mais de 25 turistas em Sewel. VIP! Para chegar até esta cidade, que está nas beiradas da mina, nos toca a dura tarefa de percorrer estradas ao redor da Cordilheira. Ou seja, FUI AOS ANDES!
Inacreditável! Vistas fabulosas! Inacreditável! Absurdo! Absurdo! ...Nada mais que dizer disso.

Foi fantástico conhecer o museu do cobre, entender um pouco mais desse metal, de seu minério, sua história desde as armaduras de exércitos romanos até as fibras óticas e os celulares, enfim. A cidade de Sewel está totalmente abandonada e é patrimônio da humanidade. Linda, curiosa, diferente, hermosa.

Depois de paisagens indescritíveis, do museu curiosíssimo e da cidade meiga, fomos conhecer a mina. Não sei quão tonta sou, mas o fato é que só me dei conta do que é uma mina, quando estava dentro de El Teniente. Uma mina! Definição: Uma indústria GIGANTE construída DENTRO da rocha. E quando digo GIGANTE, é realmente gigante. E quando digo DENTRO da rocha, é realmente DENTRO da rocha. Fabuloso. Estávamos dentro da Cordilheira, a 4km da entrada da mina e tendo cerca de 30km de montanha sobre nossas cabeças. Entende o que é isso? Acho que devo desenhar.

Para estar na mina vestimos todos aqueles equipamentos de segurança próprios: chapeuzinho com lanterninha, roupinha laranja super fosforescente, botas especiais, tampões de ouvido, auto-resgatador, enfim. Uma roupa super pesada e igualmente divertida.
Vimos parte do processo de extração do cobre da pedra e também vimos uma caverna de cristais maravilhosa. Acho que a coisa mais incrível que já vi na minha vida. Inacreditável. Me lembrei o tempo todo dos livrinhos da coleção Vaga-Lume que lia quando criança.
Fomos a um dos 8 níveis da mina. Sim, como disse a mina é uma indústria gigante dentro da rocha e tem vários níveis. Trabalham cerca de 2000 pessoas ao mesmo tempo lá dentro. Tem noção? Ao fim do dia começam entrar dezenas de ônibus da rocha para buscar os trabalhadores que estão lá dentro: mineiros, engenheiros de minas, engenheiros outros, etc

Ao fim do tour, muito cansada, tirei um cochilinho dentro da cordilheira enquanto esperava que nosso transporte pudesse sair.
Tenho certeza que se um dia for participar daquela brincadeira (que acho ridícula diga-se) do “Eu nunca”, vou ser a única a beber quando diga: “Eu nunca tirei um cochilinho dentro da Cordilheira dos Andes”. É assim!

Fiquei impressionada com este passeio e refleti muito acerca de tudo que vi. É incrível...a oportunidade de contemplar a natureza, a maravilha da criação e em seguida contemplar a capacidade da inteligência humana de construir uma fábrica dentro da rocha, a maravilha da criação. É fabuloso.

Olhando toda aquela Cordilheira, gigante e exuberante, me dei conta de como sou pequena nesse mundão maravilhoso. E observando aquela mina funcionando, me dei conta de como sou burrinha.
Absurdo!