quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pré-balanço 2009

31 de dezembro de 2009. Um ano tão especial não podia terminar sem uma grande reflexão. Mas...apesar de “não podia”, terminará.
Guardarei a grande reflexão e balanço para um dia quando possa tranquilamente sentar-me em um parque e demoradamente curtir a lembrança de cada coisa boa que vivi, dar risada das “cagadinhas” que fiz (algumas quase não tão “inhas” jeje), sentir saudade das pessoas que ficaram longe, agradecer as novas pessoas que me acompanharam.
O balanço final será feito em 2010, extamente porque não existe pressa para avaliar se houve lucro ou prejuízo. A certeza do lucro é absoluta.
De toda maneira, esse blog merece um último post de 2009. Afinal, ele cumpriu importante papel, sobretudo no princípio dessa nova vida que começou neste ano.
Foram muitas emoções! Amigos eu ganhei, saudades eu senti.
Chorei pouco, muito pouco.
Ri bastante.
Preocupei pouco, muito pouco.
Carreteei muito, muito muito.
Bebi um pouco. Comi muito. Engordei um pouco...um pouco muito, engordar nunca é pouco.
Sabe aquela brincadeira do “eu nunca” (que por sinal eu odeio), com certeza se voltasse a jogá-la agora teria que beber bem menos que ao princípio do ano.
Também aquilo que algumas pessoas fazem de escrever no My Profile do Orkut um monte de frases começando com “Eu já”, com certeza agora eu precisaria de muito mais linhas para descrever tudo o que “Eu já”.
É...
Meu 2008 foi muito especial. Muito muito especial. Também foi um ano difícil.
2009 foi muito especial. Muito muito especial. E nem foi tão difícil.
2010...venha!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sin sueño...Feliz nomás.

Há vários dias queria escrever e não conseguia.
Há várias horas tentava dormir e não podia.
Tentei ver filme, pensar, contar carneirinho, pensar, rezar o terço, pensar, escutar música, pensar.
Estou feliz.
E pensava: que delícia perder o sono por estar feliz. Lembrei do meu pai e de quantas vezes lhe escutei dizer que não podia dormir. Receio que ele não tenha os mesmos motivos para isso.
Meu trabalho anda bem. Estou contente com minha performance, sinto-me eficiente.
A parte isso, amanhã é o lançamento do "Equipo Verde" e nosso primeiro projeto. Uma idéia super simples e um projeto super humilde, mas que sei terá boa aceitação e algum impacto aí na empresa (em vários sentidos).
Tenho conversado com minha chefe sobre futuro. Sinto que se aproxima mais um check point na minha vida. A verdade é que diante de tantas coisas perfeitas que já me passaram e o caminho tão acertado que me trouxe até aqui, já quase não me cabe apreensão. Sei que as coisas acontecem. E tenho tentado esforçar-me para que aconteçam. E tenho tentado (e conseguido) confiar.
...
Um mês mais e estarei no Brasil por uma semana. Uma visita rápida que tem contribuído para aumentar minha ansiedade, roubar meu sono, e movimentar meu orçamento. Sei que poderá ser uma semana incrível. E depois de 5 anos sendo visita na casa da minha familia, essa visita será mais uma nova experiência. Já não visito Franca ou Ribeirão, visito o Brasil. É...

Acaba a bateria do meu computador antes que acabe a minha própria e a sequencia confusa de minhas reflexões 'insoniescas'.

domingo, 19 de julho de 2009

Nieve, Mar, un día festivo nomás!

Quinta-feira foi feriado. Sexta-feira não trabalhei.
Assim que me tocou conhecer a neve: Estação de ski "El Colorado".
Tá aí uma coisa impressionante desse mundo. Um dia lindo de sol e eu fazendo boneco de neve =)
Mas isso seria pouco. Aproveitei o fim de semana e fui, por fim, conhecer Viña del Mar y Valparaiso. Cada qual com sua beleza particular e completamente diferentes. Uma cidade de praia outra portuária. Belezas do Pacífico.
Tá aí uma coisa impressionante desse mundo. Um dia de sol e eu fazendo castelinhos de areia =)

Confieso que he vivido!!! 2

Tinhamos uma teleconference com a Novartis Brasil por um tema específico que nos envolvia.
Estavamos na Sala Calafquén diante da linda Cordilheira toda nevada.
Discamos +55 qualquer coisa. Atende do outro lado uma gravação que pede que esperemos alguns minutos.
Começa a tocar "Corcovado".
Bossa Nova é música que faz chorar. De alegria.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Confieso que he vivido!

"Pedro,Tiago e João na barquinha no mar da Galiléia"
Com essa musiquinha aprendi que São Pedro era pescador, mas não imaginava a vantagem que tal fato me traria.
Morando no Chile, um país onde a pesca é parte fundamental da economia e da cultura, pude tirar proveito de um feriado no dia 29 de junho. E para prestar homenagem fui conhecer o Oceano Pacífico, por fim.

Devo dizer que quase chorei de emoção ao escutar as ondas do mar depois de tantos anos e, mais do que isso, saber que eram ondas que se arremessavam de oeste para leste.
Me lembrei do dia em que aos 8 anos conheci o mar. Espírito Santo, praia larga, cheia de coqueiros, camelôs e água de coco. Agora era bastante diferente: já não há coqueiros nem camelôs e já não tenho oito anos. A praia é bem diferente, rodeada por portos, cheia de grandes pedras e com muitas gaivotas sobrevoando o mar...lindo! Azul, azul. Para quadrar com o céu que lo cobria.
Viajamos de Santo Antonio a Isla Negra pela costa e não pude deixar de olhar um só segundo para aquele azul, maravilhoso e infinito.
Me imaginava no mapa, marginando a América do Sul. Me lembrava da Cordilheira nevada. Recordei o Cantico das Criaturas.
Estava a caminho de Isla Negra, rumo à casa de Neruda e não pude deixar de parodiá-lo. Era apropriado...e simples assim:
"Confieso que he vivido"

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Teoria del ascensor

Já há algum tempo penso publicar a mais interessante das teorias que tenho formulado esses quatro meses. Esta está batizada como "Teoria del ascensor" ou "Teoria do elevador" em espanhol.
O que faz dessa teoria mais nobre que as demais é sua simplicidade. O objeto dessa teoria é o homem (brasileiro e chileno) observado em seguidos poucos segundos que separam o primeiro e o décimo andar. A "Teoria del ascensor" sintetiza uma das maiores diferenças entre a forma de ser do brasileiro e do chileno:

- "Um brasileiro em um elevador te saudará, ainda que timidamente ou sem querer, e se despedirá ao sair. Um chileno, muito provavelmente não se despedirá, mas dará passagem para que você desça primeiro"
ou
- "Um brasileiro em um elevador sempre se despedirá, mas descerá primeiro"
ou
- "Um chileno não se despedirá, mas dará permisso para que você saia primeiro"
ou
- "Um chileno e um brasileito em um elevador, o brasileiro se despedirá enquanto corta a frente do chileno para sair primeiro"
ou
- "Os brasileiros são simpáticos, os chilenos são educados."

PS1: Sempre devemos pensar nas exceções às regras, ou seja, existem chilenos simpáticos e alguns brasileiros educados.
PS2:Essa teoria é de caráter empírico, baseada em meus 5 anos vivendo no 10º andar em Ribeirão Preto , 4 meses vivendo no 14º e trabalhando no 9º em Santiago, sendo sempre a primeira a sair do elevador.

Fast Update

19.05: Tapioca em casa com a Marina
21.05: Vôo de parapente (Feriado "Glorias Navales)
22.05: Bailar eletronica
23.05: Cena Uruguaya
24.05: Basquete no parque
25.05: Ópera "La Traviata" no Teatro Municipal

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Que legal!

Hoje foi um dia muito legal.
As 7h00 estava em pé, apesar de ter ido dormir as 4h00 (em outro post poderei contar o porquê). As 8h00 já estava cercada de outros estrangeiros, sobretudo peruanos.

Hoje era o último dia pra registro do visto de residência chilena que me foi outorgado há um mês.

Não fui trabalhar pela manhã e me fui à estrangeria enfrentar uma fila de centenas de pessoas, a maioria delas, digamos assim, bastante ‘interessantes’. Se tivesse que escolher palavras chave para descrever esta manhã, seguramente, a primeira delas seria: FILA.

Comecei os tramites as 8h00 e as 12h20 já estava liberada! Estrangeria, Polícia Internacional, Registro Civil. Tudo isso pode parecer muito ‘aburrido’ e cansativo, mas a verdade é que foi super legal.
Estava em um dia inspirado, daqueles propícios para observar a gente e com facilidade construir teorias engraçadas ou tirar conclusões sem reais fundamentos.
Algumas conclusões que cheguei observando todos aqueles estrangeiros e falando com alguns deles foram:

- Um brasileiro pode ser facilmente identificado por seu jeito de caminhar.

- Se ao observar um possível brasileiro caminhando você ainda não tem certeza se ele é brasileiro, peça que fale um pouco em inglês. Se tiver um ar arrogante, seguramente é brasileiro.

- Peru não deve ser um lugar muito interessante pra se viver. Pelo menos não para Peruanos.

- A eficiência das repartições públicas brasileiras e sua rapidez de caracol se devem mais ao fato de serem brasileiras que ao fato de serem repartições públicas.

- Se alguém se dá conta que você é brasileiro elogiará seu país e perguntará que time você torce. Se você responde que não é muito fã de futebol te perguntarão se você sabe sambar. Se você responde que ‘mais ou menos’, o 'perguntador' fica em dúvida se você realmente é brasileiro.

Sim, essas foram algumas das conclusões semi científicas que obtive hoje durante meus tramites e meus nada censurados pensamentos e reflexões, por vezes, comuns.
E nesse clima de ‘maluquinha’ passei diante da embaixada brasileira. Coincidentemente, nesse momento buscava uma música pra cantar e me entreter (coisa que algumas vezes me permito fazer no meio da rua). Decidi, então, cantar o hino nacional. Caminhei uns pares de quadras cantando “Ouviram do Ipiranga”. Divertido e engraçado.

Por fim, já tenho meu visto de residência estampado em meu passaporte, reconhecimento da polícia internacional e um RUT. Tenho alguns pesos a menos (pois não diferente do Brasil aqui também gostam das tais ‘taxas administrativas’) e algumas novas teorias sobre culturas e nações.

Sim...foi um dia legal!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Goiabada com queijo

Doce de abóbora com cravo e coco,
salgadinho de aniversário,
feijão com caldo,
strogonof com batata palha,
bauru,
pãozinho francês,
mexerica
(...)
Meu reino por um Romeu e Julieta...

terça-feira, 28 de abril de 2009

"Los Novartis" em Curicó

Curicó, em lingua Mapuche, “Aguas Negras”.
Assim me explicou um taxista ontem e me fez perceber que ainda não havia escrito sobre “La fista de la Vendimia de Curicó” ou a Festa da colheita da uva de Águas Negras.
Fomos todos “los Novartis” somados a Arturo (gerente Novartis e alumnus). Alugamos uma van e nos hospedamos em casa de Paz, uma estagiária, a qual chamava carinhosamente sua cidade de CuriYork.
Curicó está a Sul de Santiago, a poucas horas abreviadas pela paisagem lindíssima que une essas cidades. Saímos uma sexta-feira a noite, depois de uma semana agotadora. Foi antes de eu ficar doente, na verdade, ali me adoentei de vez.
A festa da Vendimia é uma festa muito tradicional em cidades onde há muitas vinícolas, como em Curicó. A festa se dá em uma praça, estilo quermesse, onde na entrada se compra uma taça de vinho e assim você pode sair a provar vinhos das diferentes vinícolas expositoras. Além disso, obviamente, não faltam empanadas e sucos de fruta naturais.
Cada ano, a festa da Vendimia de Curico é dedicada a um país. Este ano era vez de Colombia, assim que havia musica e dança típicas colombiana, misturadas a “la cueca” e “el regaetton” chileno.
Curicó é uma cidade fofa, bem “pueblito”. É a típica cidade de quermesse que tem uma igreja bem no centro e onde se elege uma rainha da festa, que nem é tão bonita assim.
Foi bem gostoso estar com todos os trainees da Novartis, mas não é nada fácil viajar com tanta gente. São vontades demais, palpites demais, comentários demais. Por outro lado, foram risadas demais, historias demais, fotos demais e línguas roxas demais.
Provamos vinhos de todas vinícolas e elegimos nossa preferida: Millaman. Não tanto pela qualidade do vinho, porque disso na verdade pouco entendemos, senão por outras qualidade encerradas..
Além das degustações de vinhos, as vinícolas participavam de competições típicas como as corridas com barris, a pisada da uva, o baile de cueca (leia-se “cuêca” e não “cuéca”), etc. E nessas competições podíamos manifestar nossa predileção por Millaman em uma torcida mais que organizada.
Foi nesse fim de semana que fiquei doente de vez, não pude ir na baladinha do sábado, nem provar todos os vinhos de todas vinícolas.
Pero igual estubo rico! Y que se olviden los ‘pesares’.


Essa foi a foto simbolo da aventura "Los Novartis em Curicó". Me gusta, de hecho.

E vem um fim de semana largo por aí. Não estaria mal repetirmos algo mais ou menos assim.

domingo, 29 de março de 2009

Flores

Depois de ter estado três dias em casa, com febre e dor de garganta, fui trabalhar. Saindo do trabalho, me sentia muito feliz. Feliz por estar bem e de volta a ativa. Feliz também por ter economizado três tickets alimentação que agora poderiam transformar-se em sushi para o jantar.

Fui a Tobalaba buscar um restaurante japonês onde pudesse comprar exagero de sushis para jantar com os rommies, em agradecimento ao que me proporcionaram nos dias que estava mal.

No meio do caminho, estava uma daquelas bancas de flores, que não encontramos no Brasil, mas que bem podemos conhecer pelas comédias românticas americanas. E, depois de tanto gastar com médico e remédio resolvi dedicar alguns pesos a umas flores lindas. Comprei flores iguais às que enfeitaram minha formatura.

Saí dali reluzente com meu ramalhete. Caminhava pela rua me sentindo uma garota propaganda de comercial de shampoo ou absorvente. Estilo “viva a vida leve”.
Entrei no metro, flores numa mão, sushis na outra. As pessoas abriam espaço pras flores passarem.

E agora meu ramalhete segue aqui. Lindas. Parte no meu quarto, parte na sala. Lindas.

Aprendi assim uma nova sensação. Tão diferente. Uma coisa tão simples e tão gostosa. A deliciosa sensação de gastar dinheiro com flores, que murcharão, é verdade, mas que, pelo menos por alguns dias, refletiram contentamento.

Esquina do Samba

Foi na Conal 2007, na festa do pagode que pela primeira vez me enganei fingindo que sambava demais! Hauhauhau. Grazzi e Sarinha, que saudade daquela festa, do camarote inventado e da ilusão de que éramos rainha de bateria hauhauha.

Pois é que, agora no Chile, estou um pouco mais perto disso. Há algumas semanas fomos a um bar brasileiro: Esquina do Samba! Delícia. Quatro brasileiros (Eu, Humberto, Aninha e Danilo) e alguns vários estrangeiros curiosos por aprender o samba e entender essa cultura louca desse povo que se diverte com tão pouco e faz piada da própria desgraça.
Dancei a noite inteira. Revivi as mais antigas do Só pra Contrariar. Sambei “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Matei a saudade dos tempos de forró. Morri de vergonha com os paisanos dançando funk. E mais importante: por uns 5 minutos pensei ser a Globeleza!

No dia seguinte, os estrangeiros tinham entendido o que é um 'chock cultural'! =)
Que divertido!
Lo passamos muy bien!!! Muy muy!!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

=) =) ...................

AIESEC RIBEIRAO PRETO - @RP

AIESEC ITAJUBÁ - @IJ



Fotos

No blog vão os fatos.
Neste link vão as fotos: =)

http://picasaweb.google.com/liviaandrade.cruz

De uma ex-enfermita

Quando se está fora do próprio país, ou em intercâmbio, ou disposto a viver uma experiência forte e inesquecível, quase tudo é motivo para reflexão e aprendizado e de quase todo o ruim é possível tirar algo de muito bom.
Os últimos dias passei enfermita. Me dispensaram do trabalho três dias e fiquei em casa descansando, tendo febre, dormindo, lembrando e pensando.
E essa foi mais uma das fortes experiencias que se vive em um intercambio. Lembrei de muitas coisas com saudade, mas com igual tranquilidade.
Lembrava da comidinha da mamãe, do hospital Santa Rita, da Nimesulida do papai, da doçura que se transformavam os irmãos.
De RP me lembrava dos amigos de verdade, das companhias, do meu apartamento gigante, da farmácia São Carlos, do poder faltar das aulas sem pesar a consciência.
Ao mesmo tempo, quando parecia haver concluído que estava cedo demais para parecer importante à vida de alguém daqui, começaram manifestar-se os primeiros indicativos a amizades ou pessoas que se preocupam e com quem parece que posso contar aqui nesse país semi desconhecido:
Marina me ligou todos os dias, me trouxe jantar e terminou seus créditos de celular tentando me convencer a não ir trabalhar. Lady me ofereceu xarope, me preparou frutas com suco de laranja. Humberto ligava pra saber como estava, fazia companhia, oferecia se a tudo. Alejandra ligou, Joaco ligou e Edita também ligou para saber como eu estava.
E assim fui passando esses três dias, deitada em minha almofadinha de Diva, com meu cobertor de elefante, tomando litros de água e um antibiótico de 15000 pesos que o doutor de 20000 pesos me receitou.

terça-feira, 10 de março de 2009

“Uma cidade fantasma e uma mina de cobre”. ou “A pequenez e a burrice.”

Este fim de semana fui com Marina e Edita a Sewel, la ciudad de las escaleiras, a 2 horas de Santiago. Trata-se de uma cidade, hoje abandonada, construída no meio da Cordilheira dos Andes, pelos trabalhos na Mina El Teniente, a maior mina subterrânea de cobre do mundo.

Para aqueles tão ignorantes quanto eu antes de chegar ao Chile, este país tem como base de sua economia o cobre, mineral farto por toda Cordilheira dos Andes.
Sewel era então uma cidade localizada no meio da Cordilheira e, por isso com muitas escadas, onde viviam os mineiros, alguns outros trabalhadores e americanos que administravam a mina.

O tour que fizemos é restrito a pouco menos de 60 pessoas por fim de semana. Ou seja, no dia em que fomos, havia pouco mais de 25 turistas em Sewel. VIP! Para chegar até esta cidade, que está nas beiradas da mina, nos toca a dura tarefa de percorrer estradas ao redor da Cordilheira. Ou seja, FUI AOS ANDES!
Inacreditável! Vistas fabulosas! Inacreditável! Absurdo! Absurdo! ...Nada mais que dizer disso.

Foi fantástico conhecer o museu do cobre, entender um pouco mais desse metal, de seu minério, sua história desde as armaduras de exércitos romanos até as fibras óticas e os celulares, enfim. A cidade de Sewel está totalmente abandonada e é patrimônio da humanidade. Linda, curiosa, diferente, hermosa.

Depois de paisagens indescritíveis, do museu curiosíssimo e da cidade meiga, fomos conhecer a mina. Não sei quão tonta sou, mas o fato é que só me dei conta do que é uma mina, quando estava dentro de El Teniente. Uma mina! Definição: Uma indústria GIGANTE construída DENTRO da rocha. E quando digo GIGANTE, é realmente gigante. E quando digo DENTRO da rocha, é realmente DENTRO da rocha. Fabuloso. Estávamos dentro da Cordilheira, a 4km da entrada da mina e tendo cerca de 30km de montanha sobre nossas cabeças. Entende o que é isso? Acho que devo desenhar.

Para estar na mina vestimos todos aqueles equipamentos de segurança próprios: chapeuzinho com lanterninha, roupinha laranja super fosforescente, botas especiais, tampões de ouvido, auto-resgatador, enfim. Uma roupa super pesada e igualmente divertida.
Vimos parte do processo de extração do cobre da pedra e também vimos uma caverna de cristais maravilhosa. Acho que a coisa mais incrível que já vi na minha vida. Inacreditável. Me lembrei o tempo todo dos livrinhos da coleção Vaga-Lume que lia quando criança.
Fomos a um dos 8 níveis da mina. Sim, como disse a mina é uma indústria gigante dentro da rocha e tem vários níveis. Trabalham cerca de 2000 pessoas ao mesmo tempo lá dentro. Tem noção? Ao fim do dia começam entrar dezenas de ônibus da rocha para buscar os trabalhadores que estão lá dentro: mineiros, engenheiros de minas, engenheiros outros, etc

Ao fim do tour, muito cansada, tirei um cochilinho dentro da cordilheira enquanto esperava que nosso transporte pudesse sair.
Tenho certeza que se um dia for participar daquela brincadeira (que acho ridícula diga-se) do “Eu nunca”, vou ser a única a beber quando diga: “Eu nunca tirei um cochilinho dentro da Cordilheira dos Andes”. É assim!

Fiquei impressionada com este passeio e refleti muito acerca de tudo que vi. É incrível...a oportunidade de contemplar a natureza, a maravilha da criação e em seguida contemplar a capacidade da inteligência humana de construir uma fábrica dentro da rocha, a maravilha da criação. É fabuloso.

Olhando toda aquela Cordilheira, gigante e exuberante, me dei conta de como sou pequena nesse mundão maravilhoso. E observando aquela mina funcionando, me dei conta de como sou burrinha.
Absurdo!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Salir de carrete

Nos meus primeiros dias de Chile pude aprender um dos conceitos mais importantes para a juventude Chilena.
Aqui, ao invés de “sair pra balada” os chilenos “salen a carretear”.

‘Carrete’: Cilindro com rebordos nos extremos, onde se enrolam fios diversos.
Ou seja: carrete = carretel, molinete


Deste modo, o ‘carrete’ remete à pipa que pode alcançar sua liberdade e ir além. E é daí que nasce a expressão: “Salir de carrete”

Pura cultura! =)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Já não somos os mesmos

Ontem falei com o Quadrado pelo sistema de mensagens online interno à Novartis (MSN interno). Um fato que quase poderia ser banal, se não fosse o detalhe de eu estar no Chile e ele na Guatemala e, mais do que isso, se não fosse tudo o que a este fato precede.
Vejamos:

Setembro de 2006

Visitas rotineiras à biblioteca do campus. Era a época que eu ainda estudava com antecedência para provas. Em um jornalzinho da USP vi uma publicação do, até então anônimo, Rodrigo Costa, falando de uma organização, até então desconhecida para mim, AIESEC. Me interessei pela oportunidade que divulgava, entrei no site indicado, não entendi absolutamente nada e mandei um e-mail pro contato que encontrei. Uma, também anônima, Carol me respondeu dizendo com educadas palavras algo como: “sinto muito, perdeu sua vez, fique sem jogar.”

Março de 2007

Salgado na cantina. Era a época que o bandejão já não tinha graça nem pelo “social”. Em um cartazinho em ingles vi a divulgação daquela tal organização que eu quase já tinha me esquecido. Me interessei pela oportunidade que divulgava, entrei no site, não entendi quase nada e liguei para pedir informação. Mais um anônimo, Vitor Bassi, me disse que fosse à palestra informativa dali a poucas horas. Estava no Centro Acadêmico, com preguiça de ir pra casa e fadiga de ir estudar. Tainá estava comigo, fomos à tal palestra.
No caminho encontramos o Quadras e Ana Cristina, recém saindo da aula prática de Farmacognosia. Convidei a eles que fossemos juntos, assim também aproveitávamos a carona do Quadras para casa.

Chegamos na, até então, pouco conhecida FEA, cheia de gente, até então, igualmente anônima. Começou a falar um tal rapaz com nome de Marco Túlio, até então, imperialmente anônimo. Não entendi muita coisa ainda, mas comecei achar que se tratava de algo com o qual me identificava. E comecei a gostar de FooFighters.

Ana Cristina não se empolgou, Tainá animou receosamente, Quadras agiu como o Quadras. No dia seguinte, nos inscrevemos.

Passado um mês, já sabia dançar Tunak tunak Tum. Passados dois, já conhecia Itapecerica da Serra e já dizia “alinhar”.

21 de abril de 2007

Escrevi na minha agenda: “Hoje começa um sonho...que ele não se perca”
Socorro...que doidera! Nem sabia o que estava escrevendo.

Bom...sigamos

Outubro de 2007

Comecei a pensar no, até então, absurdo de estar em RP todo o 2008 e não seguir os planos iniciais e a praxe de ir fazer estágios na capital ao último semestre de curso.
O, já não anônimo, Rodrigo Porto e a linda e querida primeira dama, Daniela Cavelagna, me incentivavam a pensar melhor no assunto.

Foi um tempo meio difícil, a princípio. Mas foi um grande passo aquela decisão. Mas do que qualquer conseqüência boa que aquilo me trouxe, foi a primeira vez que fiz algo porque EU queria. Muito mais do que algo que eu pensava que alguém queria ou esperava de mim. Pelo contrário.

E essa foi a grande dificuldade da decisão. Sabia que seria minha primeira escolha pessoal e profissional que não seria aplaudida, aprovada, admirada. Pelo contrário: criticada, contestada, mal falada.
E essa foi a grande vitória.

2008

Um dos melhores anos da minha vida. Não obstante, um dos mais sofridos, criticados...
Não tenho raiva de nada que me disseram, insinuaram, perguntaram. Tenho sim lembranças ruins...mas raiva não. E os que antes criticavam, são os mesmos que hoje alegram-se, aplaudem, admiram.

Rapha, Grazzi, Rodolfo, Sarinha, Dú, Panela, Pedro. (Ai que saudade). Tenho a tentação de pensar que se soubesse que sentiria tanta falta, curtiria ainda mais...mas não, foi ótimo.
Não me arrependo, absolutamente de nada. E faria tudo outra vez, mil vezes se necessário e possível.

18 de fevereiro de 2009

Sentadinha em minha cadeirinha Novartis, em meu computador Novartis, falei com o Quadras, sentadinho em sua cadeirinha Novartis, em seu computador Novartis.
Estamos os dois, eu no Chile, ele na Guatemala, trabalhando pela Novartis, realizando nosso intercâmbio.
Poderia escrever: “O mesmo Quadras e a mesma Lívia que assistiram descompromissadamente aquela primeira palestra de apresentação”. Mas estaria mentindo.

Já não somos os mesmos...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fast Update

1) Comecei a me interessar por Neruda.
Também pudera, estando em Santiago...
No dia de San Valentine (dia dos namorados aqui e em quase todo o mundo), comprei “Veinte Poemas de amor y uma canción desesperada”. Comprei também um livro que apesar de não ser de Neruda, trata dele: El poeta de Neruda. Quero começar a ler mais em Espanhol =)

2) Encontrei às Comunidades Neocatecumenais.
Já fui a uma Eucaristia e uma celebração da palavra. Interessante, tem muita coisa parecida e leves toques peculiares (todavia mais peculiares que alguns toques brasileiros). Os cantos em espanhol são lindos e o padre é uma figurinha!

3) Conheci o Museu de Bellas Artes.
Com uma exposição de Narrativa Gráfica. Fantástica! Muito Cult e Interessante! (Vide fotos em http://picasaweb.google.com/liviaandrade.cruz)

4) Decorei “Que nadie se intere”
Aguardem essa letra riquíssima e também o clipe especial! Jajajaja

5) O trabalho tá engrenando bem.
Aguardem maiores informações e novidades entretenidas =)

6) Vou a Viña del Mar no fds!
Espero que Grazzielison dê sinal de vida e possa encontrá-la por lá. Dá-lhe @RP

7) Porto chega a Santiago semana que vem.
Dá-lhe @RP!

8) Falei com o Quadrado pelo “MSN interno Novartis” (Essa emoção vai render outro post...aguardem)
Demasiado Fantástico! Quadras começou a trabalhar na Novartis Guatemala. Dá-lhe FCFRP, Dá-lhe 78, Dá-lhe @RP!!!

=)

My @XP

Un poco de las cosas ricas que vivi hasta llegar aqui =)
Conparto con ustedes algunos de mis mejores recuerdos...

OBS: Video enviado para ser usado no Processo Seletivo da @RP.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma homenagem cheia de saudade

Sei que as coisas passam e que fica uma lembrança meio borrada que as vezes não nos permite sequer distinguir do que é que realmente temos saudade...Mas o fato é que temos saudade.

Hoje tive uma feliz surpresa ao iniciar meu dia. Abri meu e-mail e lá estavam:


Decidi que não responderia àquele e-mail, mas que faria um post dedicado a eles. Como um e-mail público para que tenhamos mais testemunhas.

Vocês não tem idéia do orgulho que senti ao “revê-los”, assim. Ver o trabalho de vocês continuando por aí e esse sorriso que levam, me encantam. Acho que me sinto quase como um irmão mais velho que vai acompanhando a caminhada dos caçulas, que sente um orgulho tremendo e uma felicidade grande de se sentir parte culpada por isso.
E por falar em culpa. Vocês participaram de uma época importante da minha vida e da minha experiência. Compartilharam muita coisa, apoiaram outras tantas, toleraram várias...Confiaram em uma ‘chica’ que não sabia quase nada de Gestão de Equipes, tampouco de RH, mas que tinha uma vontade gigante de aprender e de fazer a diferença na vida de alguém.

Quando antes de vir ao Chile recebi a surpresa de vocês em minha casa, com presentes lindos, fiquei realmente sem jeito. Quase sem entender exatamente o que significava aquilo e de onde vinha tanto carinho e consideração.
Com freqüência ainda leio repetidas vezes as mensagens que me deixaram e as vezes comento delas com alguém. Tenho certeza absoluta que vocês não sabem a diferença que fizeram na minha vida naquela noite. Não têm, nem nunca terão, idéia de como naquele instante era exatamente aquilo que eu precisava. Tiveram a enorme sensibilidade de captar uma necessidade talvez nem por mim reconhecida num momento onde tantas coisas aconteciam e quando tudo parecia estar como em despedida e como fim. Me mostraram outra perspectiva.
As vezes me custa entender, embora não me custe acreditar, o poder absurdo que temos de modificar nosso entorno e a vida dos anônimos e não anônimos que passam por nós. Outro dia me questionava acerca do famigerado ‘impacto’ e da responsabilidade que isso nos impõe. Fico contente de ainda acreditar que o impacto sobre as pessoas com quem convivi nesses dois anos de AIESEC foram, por geral, positivos.
Vocês me ajudaram a descobrir uma das coisas que mais gosto de fazer: participar da vida das pessoas e fazer com que elas acreditem em si próprias e em seus potenciais. Tudo isso porque, primeiro, vocês também me ajudaram a acreditar nos meus próprios potenciais, confiaram em mim.
Aprendi muito com vocês e hoje reconheço no Sistema de Recursos Humanos da empresa em que trabalho, muitos dos processos e ferramentas que juntos pudemos implementar na @RP. E como isso me diverte!
Tenho saudade desse ambiente fantástico de aprendizado em que compartilhamos. Saudade de trabalhar com tanta gente interessada e com tamanha gana de se desenvolver e aprender.

Durmo todos os dias na almofada de Diva! Escrevo sempre no caderninho amarelo! Releio as mensagens que deixaram! Acompanho os e-mails e notícias de vocês! Tento ajudar o time de TM da @Stgo! Revejo fotinhas de vocês!
E sabem qué passa? Saudade do que passou...

Felicidades, Chicos! Orgulho de vocês! Mantenham isso =)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hogar, dulce hogar

Atendendo a pedidos e para que madrecita e papá fiquem tranquilos =)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Embora não ganhe Beeeem, tenho um Puta Trabalho.

No dia 20 de janeiro, dia do farmacêutico ganhei um grande presente: Comecei a trabalhar na Novartis.
Me lembrei de quando no terceiro ano de faculdade preenchia uma pesquisa da Companhia de Talentos sobre “a empresa dos sonhos” e assinalava à Novartis. Penso que em verdade não sabia a grandiosidade dessa empresa, tampouco sabia sua força e imponência. Mas o que eu realmente não sabia era que seria a primeira empresa que trabalharia como graduada.
Uma das três maiores empresas farmacêuticas do mundo, Novartis está em 140 países com 360 filiais. Atua em 4 divisões: Farmacêutica, Vacinas e Diagnósticos, Sandoz e Consumer Health. É conhecida, pelo público em geral, sobretudo por suas marcas “Cataflan” e “Voltaren”.
Em Santiago, a Novartis não tem plantas produtivas, mas nem por deixa de ocupar um espaço importante da cidade. Pelo contrário, Novartis teve uma majestosa ousadia: ser vizinha da Cordilheira dos Andes, vizinha de muro quase. Está no 8º e 9º andar de um edifício lindíssimo, todo de vidro para que seja possível admirar a vista enquanto trabalhas.
Neste prédio e ao seu redor, estão grandes empresas como LAN e Procter. Assim, temos todo um clima de grandes negócios, networking e glamour empresarial.
Tudo muito diferente das já riquíssimas oportunidades que pude ter no Brasil. A empresa trabalha seguindo diretrizes da matriz; de forma muito organizada, planejada, comprometida com resultados. Minha equipe de trabalho conta com mais quatro pessoas. Cumprimos com Asseguramento da Qualidade e Registros.
E por falar em equipe, hoje revivi meus momentos de equipe na AIESEC RP: Participei de uma reunião da área e ao olhar minha chefe me recordava do meu tempo como VPTM. Hoje vejo essa experiência de forma mais intensa, mais crítica e, sobretudo, mais imparcial. Sei relevar meus enganos, reconhecer minhas conquistas, conviver com minhas saudades. E posso dizer que valeu muito a pena e que me acrescentou muito, profissionalmente e pessoalmente.
Catarina, consultora da Eventos RH, me disse certa vez: “Um plano de carreira não deve basear-se em cargos, mas em competências e skills a serem adquiridas”. Creio que é diante disso que, profissionalmente, essa minha experiência aqui faz mais sentido. Tenho um trabalho em um ambiente que me motiva, que me faz desenvolver minha auto-confiança, me faz trabalhar em diferentes idiomas, me faz conhecer pessoas e profissionais interessantes, me desafia.
Posso dizer com orgulho e alegria: “Ainda não ganho bem, mas tenho um Puta Trabalho”.

Resumo (social) da semana (19.01 – 25.01)

Segunda-feira: Bate-papo no CL. Eliabe (@MA) em Santiago!!!
Terça feira: Aprender a fazer sushi com a Rosa, uma japonesinha que fez seu intercâmbio em uma ONG brasileira e agora passeia pela América Latina.
Quarta-feira: Despedida do César (México). Mini -‘carrete’. Preguiça.
Quinta-feira: Balada forte. Aniversário do Nico!!!
Sexta-feira: Churrasco com o pessoal da Procter, trainees e brasileiros.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Frida Kahlo, Diego Rivera e Shakespeare

Sempre gostei de uma música da Adriana Calcanhoto que diz:
“Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome. Cores de Almodóvar, Cores de Frida Kahlo, cores”
Conhecia uma pouco da pintura de Frida, mas só ontem pude compreender de fato o que são as “cores de Frida Kahlo”.
Fomos; eu, Marco (México), Alê (Colombia) e Marina; a uma exposição de Frida Kahlo e Diego Rivera: “Frida y Diego, Vidas Compartídas”. Era no Museu Casa da Moeda.
Ver as pinturas de Frida e os murais de Diego com toda calma do mundo, ouvir Marco falar de seus conterrâneos e imaginar tudo o que aqueles pintores queriam dizer com sua arte foi um exercício mental que há algum tempo já não fazia.
As cores de Frida Kahlo eram muito mais do que simples cores, era um reflexo forte do tempo em que vivia, da realidade política do mundo, de suas angústias enquanto mulher que não podia ter filhos, de seus problemas e amor com Diego. Eram cores de contestação.
Além de toda a exposição, algo que me chamou atenção no museu foi a quantidade de pais ensinando a seus filhos coisas da arte e os estimulando a imaginar o que passava com cada personagem retratado. E os menininhos, não sei se muito obedientes ou muito educados culturalmente, ficavam ali por longo tempo admirando cada quadro.
E se ontem foi dia de museu e de pinturas mexicanas, hoje foi dia de Shakespeare. Fomos ao Teatro Municipal assistir Hamlet. Os melhores lugares do teatro por 9.000 pesos (algo como R$32,00). Um espetáculo com uma companhia lituana fantástica, cuja influência russa acentuava a expressividade corporal e fazia uma leitura da obra de Shakespeare com muitas metáforas usando gelo, fogo e água. Mais uma vez pude exercitar a imaginação para traduzir toda aquela simbologia.
E esse foi o final de semana. Penso que está indo bem: boa casa, passeios culturais, festita, ‘carrete’, pessoas interessantes, uma aula intensa sobre a América Latina...
E o show tem que continuar:
Hoje todos chegam do CocoSur e amanhã vou ser apresentada à Novartis.
Santiago, 18.01.09

domingo, 18 de janeiro de 2009

Festa na Embaixada

Ontem fomos eu, Nati (Espanha), Marina e Marco (México) à uma festa de Ano Novo na Embaixada do Brasil do Chile. Incrível.
Veja só, estava a dois dias no Chile e já voltei ao Brasil! A Embaixada é território do país, me senti em casa. Até me sentei em uma cadeira de um tal escritório lá que estava aberto. É uma construção muito linda, luxuosíssima e com um jardim maravilhoso, onde foi a festa.
Foi uma festa organizada por Carlota, a filha do embaixador brasileiro, muito simpática e tipicamente brasileira. Estavam mais ou menos 50 pessoas, todos convidados ou convidados de convidados da Carlota. Um pessoal muito jóia, todos muito interessantes, com boa conversa e divertidos. Muitos brasileiros que já vivem há algum tempo no Chile, mas também muitos mexicanos, venezuelanos e também chilenos. Tinha várias pessoas, brasileiras ou não, que trabalham na Procter & Gamble do Chile (que é bem perto da Novartis); pessoal muito jóia.
Pude dançar samba me sentindo a globeleza e funk me sentindo a carioca, aprender salsa com um legítimo dançarino mexicano, dançar sei lá o que da música venezuelana e aprender o “Reagatone” chileno.
Pois em território brasileiro participei de uma festa bastante diferente das que costuma se ver hoje no Brasil. Todos conversavam e dançavam tranquilamente, interessados em simplesmente conhecer as pessoas, conversar coisas interessantes, mostrar a cultura da dança do seu país, matar um pouquinho da saudade. Além disso, a festa era assim: Cada um levava o que ia beber, colocava em umas caixas de gelo que estavam por lá e, então, iam pegando cada um sua bebida e comendo umas batatinhas fritas que estavam por lá. E não havia nenhum problema com isso.
Mas era território brasileiro!!!
Santiago, 17.01.09

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Primeiro Pisco a gente nunca esquece

Ontem foi minha “bienvenida” no escritório da AIESEC. Este está na Universidade do Chile que não é muito longe da minha casa; 10 minutos caminhando. Foi também a ‘’bienvenida’’ da Marina que chegou ontem.
Recebemos um kit com diversas informações de Santiago, mapa do metrô, etc. Estou equipada, agora. Também nos presentearam com uns chocolates que parecem muito bons e são muito bonitinhos.
Estavam quase todos os trainees e alguns membros (Andres – Mexico, Cassandra – EUA, Cristina – Mexico, Silvana – Equador, Berenice - , Christine – Suíça, Ale – Colombia, Andrea, Lady, Joaco, Kurt, Carlita, Marco, Alexandra, Andres, Felipe). Todos muito simpáticos e interessados em conhecer-me, conhecer o Brasil e aprender a sambar.
Do escritório fomos a um barzinho, sair a “carretear”. Um lugar muito bonitinho, com velas decorando o ambiente e uma música interessante ao fundo. Lá pude tomar meu primeiro pisco =) Na verdade um Pisco Sour que remete um pouco à nossa caipirinha, mas que é tipicamente chilena e não leva os limões inteiros. Muy rico!
A propósito, notei que com Pisco Sour meu espanhol é muito melhor!!! Pude conversar por muito tempo sobre a política chilena, as influências da ditadura de Pinochet, a opinião pública sobre Michelle Bachelet e tudo mais. Muito interessante mesmo.
Hoje muitas pessoas estão indo ao CocoSur, mas nós que ficamos vamos à Festa de Ano Novo na Embaixada Brasileira.
Hoje é dia de samba!
Segunda começo em Novartis! =)

TOP 5 - Viagem até Santiago

AS 5 MELHORES
- Papai tomando café de R$3,00 no aeroporto.
- “Kit Felicidade” que o Lucas me deu.
- Grazzi saindo de Americana para me encontrar no aeroporto por 5 minutos.
- Cordilheira dos Andes
- O tiozinho que ensinou o caminho do aeroporto

AS 5 PIORES
- Quase perder o vôo.
- Assento sem janela no segundo vôo.
- Banheiro do aeroporto de Montevideo.
- Pressão no ouvido ao desembarcar.
- O tiozinho que ensinou o caminho do aeroporto - (bicampeão)

Prefácio: Dos absurdos da vida

Hola Chicos!
Estou em Santiago do Chile.
Mais um absurdo dentre os tantos absurdos que pude ver nesses últimos dias.
Voar é um absurdo, aquelas nuvens são um absurdo. A Cordilheira dos Andes, então, é o maior absurdo que já vi!!!
Absurdo! Essa era a palavra que com mais freqüência vinha a minha cabeça quando estava no avião. Via aquela máquina voando, as nuvens abaixo de mim, a costa brasileira, o mar que se misturava ao céu sem que eu pudesse separá-los. Tudo um grande ABSURDO.
Me lembrei da minha mala de 27kg somada a meus 57kg pessoais e meus 8kg de bagagem de mão e tudo ficou ainda mais absurdo! Como aquele avião podia voar? Como podem todas as leis da física permitirem tamanho absurdo? É incrível.
Não foi meu primeiro vôo, mas foi o que melhor pude ver tudo o que acontecia ao meu redor por ser um avião pequeno e por ser dia. Tive um pouco de medo. Penso que toda ansiedade do aeroporto, as despedidas, a companhia aérea pouco conhecida (Pluna) fazem com que tudo fique mais tenso. Isso sem dizer o fato de quase ter perdido o vôo.
Sim, lição número 1: Se o embarque é as 15h10 e o vôo as 16h00 não deixe para embarcar as 15h50. É tudo bem diferente da rodoviária de RP e do “São Lento”. Por pouco não pude embarcar. O que seria um grande absurdo, já que estava no aeroporto desde as 11h00.
E diante de tantos absurdos estou aqui. Neste absurdo maior que é desafiar-me a mim mesma. Tentar mais.
No avião, lendo a carta que a Grazzi me levou no aeroporto (depois de ela ter feito o absurdo de sair de Americana e ir para o aeroporto ficar 5 minutos comigo), fiz reflexões absurdamente evidentes, mas que ainda não tinham passado por minha cabeça. Lembrar do meu 2008, de como foi maravilhoso, de todas suas dificuldades, de toda minha história na @RP, de toda minha graduação, me fizeram me orgulhar da minha coragem. E me orgulhar de hoje estar aqui em busca de experiência, histórias, lembranças, aprendizado. Não venho atrás de nenhum sonho. Não necessariamente estou cumprindo um antigo plano profissional, nem nada assim. Estou apenas aproveitando uma oportunidade e fazendo aquilo que penso que nos cabe fazer e que gosto muito: VIVER.
Sei que ainda verei muitos absurdos. Absurdos bons, absurdos ruins. Terei idéias absurdas, vontades absurdas, dúvidas absurdas e, sobretudo, saudades absurdas.
Fica aberto, então, este blog para registro de todas essas coisas absurdas =)
Santiago, 14.01.09